segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Teu canto



Tu És tão sublime
Qual rosa entre as flores
De odores
Suaves;

Teu canto é sonoro
Que excede ao encanto
Do canto
Das aves.

Eu sinto nest’alma,
Num meigo transporte,
Meu forte
Dulçor;

Se soltas teu canto
Que o peito me abala,
Que fala
De amor.

Se soltas as vozes
Que podem à calma,
Minh’alma
Volver;
Minh’alma se enleva
Num gozo expansivo
De vivo
Prazer.


Donzela, esta vida
Se eu tanto pudera,

Quisera
Te dar;
Se um beijo eu pudesse

Ardente e fugaz
Na face
Pousar.

Machado de Assis

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